quinta-feira, 22 de novembro de 2012


EMIDIO SOUSA INDIGNADO COM
A REDUÇÃODE IRS EM LISBOA

Numa local da edição de segunda-feira, 19 de Novembro, com o título acima, dizia-se que o Vice-Presidente da Câmara da Feira, Dr. Emídio Sousa ficara espinhado (indignado) porque a Câmara de Lisboa deliberou, não imagino se unanimemente, abdicar de parte do IRS que lhe cabe das transferências do Estado, beneficiando directamente os seus munícipes.
É princípio comum e generalizado que a função de uma Câmara Municipal é promover o bem-estar dos seus munícipes. Sobretudo. E, por muito que custe ao Sr. Vice-Presidente da Câmara da Feira, a Câmara de Lisboa, ao prescindir de 2% do IRS que lhe cabe segundo a lei, está a minorar um pouco as dificuldades das populações (neste caso da de Lisboa) amenizando-lhe ligeiramente a carga fiscal que este governo está a impor aos portugueses. Que o Sr. Vice-Presidente conteste (se eventualmente vê razão) o pagamento pelo Estado à Câmara dos terrenos do aeroporto, vá que não vá, agora contestar um benefício dado directamente aos contribuintes é, direi, descaramento. Se a Câmara da Feira cedeu graciosamente terrenos para equipamentos estatais, tê-lo-á feito porque terá admitido que, mesmo cedendo esses terrenos, o município sairia beneficiado, uma vez que, de outro modo, não teria esses equipamentos. Se a Câmara de Lisboa tem mais força negocial junto do poder central, isso é sinal de força, em contramão da fraqueza de outras Câmaras, onde se inclui, visto isso, a da Feira.
Já agora, deve sentir-se à distância de légua a indignação do Dr. Emídio Sousa com o orçamento apresentado pelo seu correlegionário partidário, e vizinho, Dr. Castro Almeida, à Câmara de S. João da Madeira, porquanto ele, não só baixa os impostos cobrados aos seus munícipes, como aumenta o investimento, melhora o apoio social aos mais carenciados e reduz o endividamento. Só faltará acrescentar que o Dr. Emídio Sousa ainda vai acabar por propor que o ministro das finanças faça um estágio em S. João da Madeira.
O Dr. Emídio que se indigne também, e muito, com o presidente da Câmara da Amadora que não só baixou o IRS para os seus munícipes, como baixou também o IMI. E de certeza que haverá outras Câmaras a fazer outro tanto, quiçá daquelas que foram sabendo gerir os destinos municipais com mais sageza.

José Pinto da Silva

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Acho o tema e o texto interessante, razão de o colar no blogue, com a devida vénia.


Carta Aberta" ao Presidente
(Carta publicada no Facebook, por Carlos Paz)


Meu caro Ilustre Prof. CAVACO SILVA.
 
Tomo a liberdade de me dirigir a V. Exa., através deste meio [o Facebook], uma vez que o Senhor toma a liberdade de se dirigir a mim da mesma forma.
É, aliás, a única maneira que tem utilizado para conversar comigo (ou com qualquer dos outros Portugueses, quer tenham ou não, sido seus eleitores).

Falando de eleitores, começo por recordar a V. Exa., que nunca votei em si, para nenhum dos cargos que o Senhor tem ocupado, praticamente de forma consecutiva, nos últimos 30 anos em Portugal (Ministro das Finanças, Primeiro Ministro, Primeiro Ministro, Primeiro Ministro, Presidente da República, Presidente da República).

No entanto, apesar de nunca ter votado em si, reconheço que o Senhor:
1) Se candidatou de livre e espontânea vontade, não tendo sido para isso coagido de qualquer forma e foi eleito pela maioria dos eleitores que se dignaram a comparecer no acto eleitoral;
2) Tomou posse, uma vez mais, de livre vontade, numa cerimónia que foi PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TINHAM, nessa altura, a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
3) RESIDE NUMA CASA QUE É PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TÊM a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
4) TEM TODAS AS SUAS DESPESAS CORRENTES PAGAS POR MIM (e pelos mesmos);
5) TEM TRÊS REFORMAS CUMULATIVAS (duas suas e uma da Exma. Sra. D. Maria) que são PAGAS por um sistema previdencial que é alimentado POR MIM (e pelos mesmos);
6) Quando, finalmente, resolver retirar-se da vida política activa, vai ter uma QUARTA REFORMA (pomposamente designada por subvenção vitalícia) que será PAGA POR MIM (e por todos os outros que, nessa altura, AINDA TIVEREM a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos).

Neste contexto, é uma verdade absoluta que o Senhor VIVE À MINHA CUSTA (bem  como toda a sua família directa e indirecta). Mais: TEM VIVIDO À MINHA CUSTA quase TODA A SUA VIDA.

E, não me conteste já, lembrando que algures na sua vida profissional:
a) Trabalhou para o Banco de Portugal;
b) Deu aulas na Universidade.

Ambos sabemos que NADA DISSO É VERDADE.

BANCO DE PORTUGAL: O Senhor recebia o ordenado do Banco de Portugal, mas fugia de lá, invariavelmente com gripe, de cada vez que era preciso trabalhar. Principalmente, se bem se lembra (eu lembro-me bem), aquando das primeiras visitas do FMI no início dos anos 80, em que o Senhor se fingiu
doente para que a sua imagem como futuro político não ficasse manchada pela associação ao processo de austeridade da época. Ainda hoje a Teresa não percebe como é que o pomposamente designado chefe do gabinete de estudos NUNCA esteve disponível para o FMI (ao longo de MUITOS meses. Grande gripe essa).
Foi aliás esse movimento que lhe permitiu, CONTINUANDO A RECEBER UM ORDENADO PAGO POR MIM (e sem se dignar sequer a passar por lá), preparar o ataque palaciano à Liderança do PSD, que o levou com uma grande dose de intriga e traição aos seus, aos vários lugares que tem vindo a ocupar
(GASTANDO O MEU DINHEIRO).

AULAS NA UNIVERSIDADE: O Senhor recebia o ordenado da Universidade (PAGO POR MIM). Isso é verdade. Quanto ao ter sido Professor, a história, como sabe melhor que ninguém, está muito mal contada. O Senhor constava dos quadros da Universidade, mas nunca por lá aparecia, excepto para RECEBER O ORDENADO, PAGO POR MIM. O escândalo era de tal forma que até o nosso comum conhecido JOÃO DE DEUS PINHEIRO, como Reitor, já não tinha qualquer hipótese de tapar as suas TRAPALHADAS. É verdade que o Senhor depois o acabou por o presentear com um lugar de Ministro dos Negócios Estrangeiros, para o qual o João tinha imensa apetência, mas nenhuma competência ou preparação.

Fica assim claro que o Senhor, de facto, NUNCA trabalhou, poucas vezes se dignou a aparecer nos locais onde recebia o ORDENADO PAGO POR MIM e devotou toda a vida à sua causa pessoal: triunfar na política.

Mas, fica também claro, que o Senhor AINDA VIVE À MINHA CUSTA e, mais ainda, vai, para sempre, CONTINUAR A VIVER À MINHA CUSTA.

Sou, assim, sua ENTIDADE PATRONAL.

Neste contexto, eu e todos os outros que O SUSTENTÁMOS TODA A VIDA, temos o direito de o chamar à responsabilidade:
a) Se não é capaz de mais nada de relevante, então: DEMITA-SE e desapareça;
b) Se se sente capaz de fazer alguma coisa, então: DEMITA O GOVERNO;
c) Se tiver uma réstia de vergonha na cara, então: DEMITA O GOVERNO e, a seguir, DEMITA-SE.

Aproveito para lhe enviar, em nome da sua entidade patronal (eu e os outros PAGADORES DE IMPOSTOS), votos de um bom fim de semana.

Respeitosamente,
Carlos Paz