quarta-feira, 29 de junho de 2016

SINAL S T O P



O não respeito do sinal STOP, isto é, o não parar, mesmo, nos locais onde se apresenta, sempre foi uma forte transgressão ao Código da Estrada.
Mas, agora, com a entrada em vigor da “CARTA POR PONTOS”, a referida transgressão é classificada como CONTRAVENÇÃO MUITO GRAVE, conforme o artº. 146º., alínea n) e, além da multa prevista na graduação da falta e da Sanção Acessória – apreensão da carta e inibição de conduzir, faz perder 4 PONTOS à Carta de Condução, isto é, um terço do total dos pontos iniciais.
A falta será muito grave, mas a pancada é gravíssima, pelo que seria útil e justo, muito útil e muito justo, que aqueles sinais, verticais ou no solo, fossem colocados com critério e só nos locais onde a paragem se imponha para garantir a segurança de todos.
Vou dar um exemplo de um sinal STOP onde, em vez, bem poderia estar o Triângulo Invertido, indicador de CEDÊNCIA DE PRIORIDADE. No final sul da Rua Rio Uíma , para entrar na Ponte e/ou Rua dos Candeídos (Caldas de S. Jorge) o condutor tem visibilidade para uma distância bastante, à esquerda e em frente, pelo que a paragem absoluta se torna desnecessária na maioria dos casos. Poder-se-ia parar SÓ quando vem alguém de cima ou da esquerda. E curiosamente na mesma Rua, Rio Uíma, cerca de 30 metros atrás está um sinal Triângulo. Será para lembrar que à frente está um STOP?
E muitas situações de colocação indevida ou errada desses mesmos sinais, como seja a colocação de sinais STOP mais de 10 metros antes de se chegar à via prioritária. Teoricamente cometeu-se a transgressão, porque se não parou no sinal e, se parar junto do sinal, não consegue ver se circula alguém na via prioritária onde se pretende entrar.
Se querem rigor, às vezes um rigor bárbaro, no cumprimento, haja algum rigor nas condições proporcionadas. Assim não sendo, poderemos dizer que se armam ratoeiras para caçar multas.


José Pinto da Silva

ADVISORY BOARD

O “palavrão” do título mais não significará, na situação concreta, do que um encontro de meia dúzia de doentes com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica) com dois especialistas em Pneumologia e dois Técnicos da Farmacêutica GSK que produz e dispensa, entre muitos outros fármacos, amenizadores da doença e proporcionadores de melhor qualidade de vida aos apanhados pela maleita.
Era objectivo da Organizadora ouvir todos e cada um dos doentes, para saber, caso a caso, como foi detectada e diagnosticada a doença, qual a reacção imediata, se foi visto primeiro em cuidados primários (médico de família), ou se foi directo aos serviços hospitalares, se originou internamento ou se ficou por consulta ambulatória, se alguma vez pediu exame espirométrico, há quanto tempo sabe ser portador desse mal, se sabe verdadeiramente qual o grau da sua doença, qual a dificuldade que sente para fazer os movimentos normais da sua vida – caminhar, vestir-se, tomar banho, subir um ou dois lanços de escadas – se tem regularmente exacerbações (aumento dos sintomas da doença, crises…), se essas exacerbações têm provocado idas às urgências hospitalares, se provocaram internamentos, por quantos dias. Que medicamentos toma regularmente, quantas vezes por dia, a que horas e como controla periodicamente a evolução da doença.
Os especialistas em Pneumologia presentes iam comentando as declarações de cada caso exposto e sempre sugerindo que fosse pedido, no médico de família, o exame de diagnóstico ou de controlo da doença. Só que, foi dito, os Centros de Saúde e mesmo muitos hospitais, quiçá a maioria deles, não possuem o espirómetro e muito menos o equipamento para a Funcional Respiratória. O médico de família terá que requisitar o exame a hospital central, sendo demorado e tendo o custo da deslocação para o doente.
Sendo que a maior causa da DPOC é o fumo de tabaco, o tema não podia deixar de ser abordado num debate sobre tal doença e cada um historiou a sua vida de fumador. Quando começou e com que idade deixou; quanto tempo fumou e quantos cigarros fumava por dia. Que método usou para conseguir deixar de fumar. Para uns terá sido um inferno, com consultas e uma parafernália de medicações, com tentativas falhadas e depois repetidas. Para outros terá sido só a decisão firme de não mais chegar um cigarro à boca a partir do exacto momento da decisão. Não aquela de, no dia tal, do mês tal vou deixar de fumar.
Pelo que me toca e tendo a doença num grau bastante agravado, sinto naturalmente dificuldade, que aumenta progressivamente, caso não haja outra razão, pelo aumento da idade. Não deixo de tomar os bronco-dilatadores prescritos e lá vou fazendo algum treino respiratório, para manter alguma qualidade de vida e não ser uma carga demasiado pesada para quem me rodeia. Deixei de fumar em 1983 e, mesmo lentamente, a doença lá vai fazendo o seu caminho.
A empresa organizadora desenvolve um profundo trabalho de investigação na procura de novas substâncias que melhorem os efeitos sobre a doença e proporcionem aos doentes alguma melhoria nos movimentos normais, desde a higiene pessoal, vestir e despir a roupa, subir alguns lanços de escada, etc. E, como tem havida clara evolução na qualidade das medicações, fica a esperança de, um dia não muito longe, se vir a descobrir algo que torne a doença parável e deixe mesmo de ser crónica. Fica, pelo menos, o sonho. Não posso deixar de referir que a minha presença foi a convite da RESPIRA, Associação de doentes de que sou associado e de cujos órgãos sociais cheguei a fazer parte.

José Pinto da Silva


quarta-feira, 1 de junho de 2016

AINDA O ESPÓLIO DO PADRE DOMINGOS



Eu amiúde que oiço que, agora, o que falta mesmo é a Câmara dar corda às luvas, e também à bolsa, e iniciar as obras indispensáveis no edifício da antiga sede da junta de Freguesia de Pigeiros que todos os intervenientes, e novos adeptos entrementes aderentes face às obras apontadas, adoptaram (quando digo todos refiro-me a Câmara, Adritem, Bibliotecária, os sobrinhos do doador (fiéis depositários), o Testamenteiro e a Junta de Freguesia), ainda que me não saia da ideia que esta adopção tem dois impulsos: primeiro, todos (exceptuando talvez a Bibliotecária) foram atacados por um prurido comichoso ao ouvir chamar Centro Cívico Feliciano … Martins, mesmo todos sabendo que o nome foi atribuído após consulta, ao jeito de referendo, ao povo de Pigeiros; segundo, porque as obras de vulto no edifício novo – Centro Cívico – que seriam imprescindíveis, poriam em evidência toda a incompetência plasmada em praticamente todas as fases da construção, começando logo no projecto, seguindo a drenagem do lençol de águas subterrâneas, a luminosidade e a divisão do espaço para o fim a que era destinado. Aquilo não foi pensado nem riscado para vir a ser uma acomodação de um grande e valioso acervo bibliográfico / documental doado à Câmara e por esta aceite. Enfim, foi tudo feito em cima do joelho, como se diz quando sai tudo torto.
Conversei ultimamente com um membro da autarquia da banda da maioria e foi-me dito assertivamente, o que me surpreendeu positivamente, que o presidente da Junta o informara que as obras na antiga sede da Junta serão de fundo e insinuou que a Câmara as terá assumido. Assim sendo, espera-se a elevação do pé direito de toda a obra, a execução de dupla parece em todo o perímetro, a construção de nova cobertura e telhado, a demolição de todas as divisões interiores para criação de espaço amplo, a criação de zona sossegada para leitura e estudo, feitura de piso novo e de espaço de atendimento e construção de novos sanitários na traseira nascente do prédio. E já agora, seguindo a sugestão e vontade da fiel depositária, porque fica a haver espaço, a criação de uma sala recebedora de diversos objectos pessoais do Padre Domingos e que a sobrinha gostaria de ver preservados e mostrados.
Se assim for, e parece ser essa a proposta aceite pela Câmara, a comunidade Pigeirense ficará com outro espaço que, espera-se, dará dignidade ao espólio que albergará. Não satisfará, saiba-se lá, a revolta do doador, mas respeitará a obra.
O ano de 2017 será óptimo para se completar a obra. Será objectivo das objectivas e poderá adornar certos panfletos, flyers ou desasados, a espalhar profusamente em época marcada e marcante, ao som de potentes altifalantes.
Mas que avance. Já.


José Pinto da Silva