sexta-feira, 29 de julho de 2016

CALÇADA (tipo) ROMANA - CALÇADA DO HERDEIRO

Foi há diversos meses, em sede de Assembleia de Freguesia que, tendo sido questionado a propósito da imperiosidade de a CALÇADA DO HERDEIRO ser recuperada, o presidente da Junta de Freguesia deixou no ar que a intervenção haveria de ser feita com verbas "sobrantes" do processo do "Passadiço". A partir de então, só uma conclusão: "Não PASSA DISSO". E é pena porquanto, e contrariando o que eu próprio havia escrito como classificação daquele pedaço de cultura, não se trata do que, por cá é designado de CALÇADA PORTUGUESA, mas sim CALÇADA da época e que seguia os princípios de execução das Calçadas Romanas. As imagens acima reproduzem troços de CALÇADAS ROMANAS existentes em vários pontos do país e poderemos ver a semelhança existente com a execução da Calçada do Herdeiro. 
Feito este esclarecimento, lanço novo apelo para que seja dado o passo primeiro no sentido de se recuperar aquele pedaço de cultura e da arte de abertura de vias no século XIX (a Calçada do Herdeiro foi mandada construir em 1872 e foi custeada por um particular). Sem deixar de ser importante a via em si que foi e poderá vir a ser de novo, o caminho mais curto para se chegar da Sé à Bertal e a Tugilde. 
O que dará mais trabalho e terá maior custo é a parte plana face ao rio que está totalmente destruída e carece de pavimentação total depois de estruturação do chão, com prévio encaminhamento das águas, quer defesa contra a água do rio em caso de enchente, quer, sobretudo, as águas que descem dos campos a poente.
E será, naturalmente, indispensável envolver do processo a Junta de Lobão, para que continue a pavimentação do caminho a partir da linha limite de freguesia e, sobretudo, recupere a Ponte do Mourão que tem um piso em calçada muito parecido com certo modelo de calçada romana. Atenção que esse facto não dá à Ponte o classificativo de PONTE ROMANA. Está bem datada, como está a Ponte do Pisão em S. Jorge.
Convirá referir a fechar, que a definição de CALÇADA PORTUGUESA, ou À PORTUGUESA se reporta à calçada muito usada, sobretudo nos maiores centros e em passeios e é a calçada executada em pedras de basalto, muitas vezes com desenhos mais ou menos bem elaborados.

José Pinto da Silva

sexta-feira, 1 de julho de 2016

SEMEAR POESIA

                                                               
              É objectivo, por consenso assumido, do Grupo VÁ LÁ…VÁ LÁ, absolutamente heterogéneo em matéria de aculturação, vivenciar cultura nas mais diversas vertentes, seja na procura de conhecimento da vida e dos terrenos pisados por diversos “monstros” da cultura e das letras portuguesas, - e, nesse espírito, fomos às terras de origem e de muita vida de Miguel Torga, de José Régio, de Aquilino Ribeiro e de Eça de Queiroz (no término desta última visita passou-se pelo Centro Arqueológico de TONGÓBRIGA, no Marco de Canaveses) -seja no persuadir os membros, todos os membros, a gostarem de poetas e das suas obras, seja ainda no realce de ícones da terra – busto a fixar no perpétuo a personalidade do Dr. Carlos Ribeiro e a linda homenagem ao Padroeiro, São Jorge, com a requalificação do espaço que, agora, se chama Largo de S. Jorge e construção da imagem equestre, em bronze, do Santo Guerreiro. E, dentro da mesma senda, a curto prazo será destacada uma pequena parcela do Arraial, onde virá a ser erigido um pequeno monumento à Diva do Fado, Amália Rodrigues, atribuindo-se o nome dela ao espaço reservado.
Os encontros da Tertúlia são sempre à mesa – almoço ou jantar e tão opíparos quanto os orçamentos permitam. Tertulianos gulosos, assim se dizem -  e, quase sempre, para cada um é apontado o nome de um poeta e cada membro, mais ou menos letrado, tem que previamente procurar um poema do poeta designado e terá que o ler ou declamar durante o repasto.
SEMEAR POESIA! Sim. Foi deliberado que, em cada rua da freguesia de S. Jorge, junto da placa identificativa da rua (no início ou no fim da rua) fosse aplicada uma outra placa com um poema gravado, de autor português, salientando-se até o caso de um poema de JOÃO ALECRIM, poeta de cá natural, da Casa do Costeiro, em Arcozelo, falecido em 1963. Trata-se de uma iniciativa verdadeiramente “semeadora” de poesia, de cultura acessível a toda a gente. Quem sabe se, em cada rua, os moradores não terão o cuidado de ler o seu poema e até mesmo de o decorar.
A Junta de Freguesia associou-se à iniciativa e assumiu que faria a aplicação das placas/poema e que o iria fazendo consoante a disponibilidade. Não estão todas aplicadas, mas lá se chegará.


José Pinto da Silva