quarta-feira, 21 de junho de 2017

O CÃO DO SEM ABRIGO


Contaram-me um dia destes. Não sei se é original, ou ecoada. Para mim é nova e novidade.
Um homem de rua, vulgo sem abrigo, muito introvertido, não se relacionava praticamente com ninguém e tinha como companhia inseparável um cão. Não me disseram se de alguma raça ou se ou rafeiro cruzado em muitos progenitores.
O homem, muito pobre, quanto só, cuidava muito pouco da sua higiene e quase só quando puxado ia a um banho público. E... se ele se descuidava a si próprio, mais descuidaria do trato dado ao cão. Só o alimentava, primeiro que a si próprio, e com a frugalidade a tender para a fome. E então quanto à higiene...! Decerto nem lhe ocorria.
Eis que certo dia uma brigada dos "amigos dos animais" abeiraram-se da dupla de amigos e disseram ao homem que não podia ter consigo o cão assim tão descuidado, que era uma "desumanidade" deixar andar o cão assim ao desleixo e que, como assim, teriam que o levar para acoitar num canil onde dele tratassem bem. O homem que já teria chorado quase tudo na vida, chorou alto e implorou que lhe não levassem o seu companheiro, o seu único companheiro. Mas ... os amigos animais, verdadeiramente SE ANIMALIZARAM, não pensaram no humano que desesperadamente sofreu com a separação, porque BRONCOS não imaginam o que pode ter sofrido o cão ao ter retirado do amigo, e, sobretudo alhearam-se do da sua espécie. Ou talvez não... porque quem assim age, em nome do bem estar animal, NEM ANIMAL É. É um gajo....

José Pinto da Silva

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